Repassando o artigo escrito pelo amigo Gilson Cândido sobre as centrais e redes de negócios.

VAREJO EM REDES

A união de empresas em Redes ou Centrais de Negócios definitivamente deixou de ser um sonho para tornar-se uma viva realidade em todo o Brasil e também na Paraíba.

Micro e pequenos empresários passaram a perceber que para defender suas empresas dos efeitos causados pela globalização, tributação excessiva, concorrência com grandes grupos, a saída é unir-se com aqueles que outrora seriam seus “adversários”. Esse conceito mudou radicalmente e nos dias atuais o “adversário” tornou-se parceiro no fortalecimento do negócio.

As empresas unidas em redes têm maior capacidade de sobrevivência no mercado, pois em grupo cada empresário fortalece sua empresa reduzindo custos nas compras, treinamentos, publicidade, enfim em todas as ações que envolvem o universo da empresa a união fortalece e traz competitividade a mesma. Na Paraíba existem diversas redes já formalizadas que geram milhões em faturamento e milhares de empregos diretos, estudos mostram que a união em grupos tem causado um efeito benéfico às empresas participantes, proporcionando crescimento sustentável com mais geração de emprego e renda. Dentre esses grupos destacamos a Rede Nordeste Móveis e Eletros, Rede Compre Mais Supermercados, Rede Fácil Construção, Rede Gente Econômica, Rede Cariri, Rede PB Construção, Rede Paraíba de Supermercados, dentre outros grupos já formados e diversos outros em formação.

Apesar de todas as vantagens as empresas reunidas em Redes tem tido enormes dificuldades no tocante a questão tributária, já que as mesmas por terem características de varejo, não recebem nenhum incentivo ou dispõem de qualquer benefício tributário e disputam um mercado com grandes grupos que além do poderio econômico trazem incentivos e benefícios fiscais como o TARE (Termo de Acordo de Regime Especial) mecanismo utilizado pelo governo para atrair empresas atacadistas, mas que tem sido desvirtuado e utilizado no varejo via manobras tributárias ocasionado quebra no principio da isonomia (Igualdade de todos perante a lei, assegurada como principio constitucional. Aurélio) o que traz dificuldades e causa problemas insolúveis as empresas que não dispõem do mesmo incentivo. Na prática o governo tornou-se agente arrecadador e maior propulsor de uma concorrência extremamente desleal e predatória entre grandes e pequenos, onde aqueles que estão isolados estão sendo dizimados do mercado.

Preocupados com essa situação as Redes e centrais da Paraíba criaram o Fórum de Redes e Centrais de Negócios do Estado com o objetivo e discutir avanços para as Centrais. Um dos objetivos do Fórum é a criação de uma política de incentivos às Redes que contemple não apenas a igualdade tributária entre as empresas, mas a exemplo de outros estados com o Rio Grande do Sul o apoio e incentivo a formação de grupos, fusão, capacitação de todos os envolvidos no processo (empresários e colaboradores) além de gestores para as centrais e outras demandas inerentes ao processo. Acreditamos que já e tempo do governo perceber essa forma de associativismo e incentivar com os mecanismos que dispõe ou criar novos caminhos caso seja necessário, mas as redes já necessitam de uma política pública de incentivo, pois assim estaremos incentivando o crescimento sustentável de centenas de empresas e a manutenção e fortalecimento dos níveis de emprego e renda. Sem falar que a maioria dessas empresas está no interior do Estado e os empresários locais reinvestem o lucro na sua própria comunidade, diferente dos grupos importados para o Estado à custa de incentivos que chegam a ser absurdos.

As empresas em Rede desejam ser parceiras no crescimento de nosso Estado, mas necessitam de reciprocidade do Estado para suas ações.

Gilson Cândido

Diretor Financeiro FACE/PB

Presidente do Fórum de Redes e Centrais de Negócios a Paraíba